Programa pretende ampliar a presença de doutores na Amazônia
A Amazônia responde por cerca de 10% da economia nacional, mas recebe menos de 5% dos investimentos em Ciência e Tecnologia e acolhe menos de 5% dos pesquisadores doutores do país em instituições de ensino e pesquisa. Diante desse diagnóstico, representantes das Instituições Federais de Ensino Superior da Região Norte elaboraram um plano, que visa transformar essa realidade, por meio do Programa de Atração e Fixação de Doutores na Amazônia, formalizado em documento no Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Graduação da Região Norte (Foprop Norte).
O projeto foi apresentado à Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado (CCT) do Congresso Nacional e pretende ampliar a participação da Amazônia no cenário nacional da Ciência e Tecnologia. A previsão é que o plano comece a vigorar já no ano que vem.
Presença na Amazônia - Em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de nível superior (Capes) e com o conselho nacional de Pesquisa (CNPq), o programa visa estimular a presença dos doutores/pesquisadores na Amazônia. Para a sua efetivação inicial, serão necessários investimentos na ordem de R$ 72 milhões, com objetivo de alavancar as atividades de pesquisa e abrir novos horizontes investigativos na região. Os recursos serão aplicados no desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas, bem como criar condições para um ciclo de desenvolvimento baseado na inclusão social e no uso sustentável de recursos naturais.
Segundo o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPA, Emmanuel Tourinho, “o programa visa intensificar a contratação de doutores pelas instituições, o que permitirá acelerar a abertura de novos cursos de mestrado e doutorado, e, no médio prazo, a formação de recursos humanos na dimensão das necessidades e importância da região.”
Dez mil doutores para a Amazônia - O programa será realizado por meio do apoio aos doutores já em atuação e que venham a ser contratados nas instituições, favorecendo sua vinda e permanência na região. O objetivo inicial é contratar, ao longo da próxima década (2013 a 2022) dez mil doutores para a Amazônia, além de apoiar a permanência de pelo menos dois mil já contratados, com isso quintuplicando o contingente de pesquisadores na região.
Para o primeiro momento, que é o de implantação do projeto, há previsão da concessão de alguns benefícios. Entre eles, estão incluídos Bolsas de Pesquisador da Amazônia (BPA), Auxílio Pesquisa na Amazônia (APA), Bolsas de Professor Visitante Nacional Sênior e Bolsas de Iniciação Científica. Já para um momento posterior, o programa vislumbra a criação e expansão de instituições de ensino e de pesquisa.
A implantação do programa depende, agora, da aprovação final do orçamento da União para 2013, com as emendas destinadas ao seu financiamento, e do anúncio pelas agências (CNPq e CAPES) sobre os procedimentos a serem observados pelas instituições docentes. “Temos a expectativa de que, até janeiro, essas etapas estejam cumpridas e possamos divulgar as ações do programa em cada edital de concurso público para as instituições da região, mas isso também dependerá da mobilização de nossas lideranças acadêmicas e políticas”, completa o pró-reitor Emmanuel Tourinho.
Texto: Vitor Barros – Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Alexandre Moraes