Nota de pesar da PROPESP - Horácio Schneider
“Morre jovem o que os Deuses amam, é um preceito da sabedoria antiga”. Foi essa a frase inicial de Fernando Pessoa diante da perda do amigo, também poeta, Mario de Sá-Carneiro. Remete-nos as palavras do poeta para homenagear o Professor Horácio Schneider. Gênio no ofício, sensível nas palavras com que elaborava seus discursos, silencioso e sábio em demais ocasiões, Horácio Schneider foi um homem como poucos, com existência que se assemelha aos heróis, coube-lhe por sorte ter uma luz que o distinguia. Talvez porque “os Deuses são amigos de heróis” e “só ao génio, porém, é que verdadeiramente amam”, como definiu Pessoa e, por isso, eles o eternizaram, tirando-lhe qualquer sofrimento e tornando-o sublime e inesquecível em sua Grandeza. Seguindo os versos do poeta predileto do nosso amigo Horácio, lemos:
A morte chega cedo,
Pois breve é toda vida
O instante é o arremedo
De uma coisa perdida.
O amor foi começado,
O ideal não acabou,
E quem tenha alcançado
Não sabe o que alcançou.
E tudo isto a morte
Risca por não estar certo
No caderno da sorte
Que Deus deixou aberto.
Hoje, não nos resta alegria, turba a consolação. Só fica a saudade diante do que “os Deuses fadaram como seus”. Resta-nos um único lenitivo: Professor Horácio se foi, mas sobrevive. Seu legado, sua história e presença afetuosa que compartilhou com os que tiveram privilégio, permanecem, indiferente a qualquer finitude.
A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação se despede do Grande cientista, do Homem sensível à Literatura e do Amigo que nos alegrava com sua personalidade imponente e majestosa.